sábado, 4 de abril de 2015



Eldio Pinto da Silva





Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa








Eldio Pinto da Silva  [04-04-2015]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:

da p. 70: [PDF-p. 393, por aí+-]      “Contribuindo para a tentativa muito interessante de Joaquim Norberto” [...]
até a p. 72: [PDF-p. 395...+-]   [...] ” seu poema é exemplo perfeito de vanilóquio...“ 



Para Candido, o trabalho de Porto Alegre contribui com a tentativa de Joaquim Noberto, isto porque busca adaptar a balada romântica experimentada por alemães e franceses. A iniciativa de alemães e franceses tinha dado certo, sendo que no Brasil precisava-se formalizar as temáticas medievais ao contexto nacional, daí imprimiu-se na poesia erudita associações aos temas populares, com destaque para O CAÇADOR (1844), que, como percebe Candido, pode se associar ao texto CHASSE DU BURGRAVE, de Victor Hugo.


Ainda buscando popularizar a temática nacional, há o poema O POUSO, que expressa uma tonalidade sertaneja, localista, sem se deter com atravios europeus, pois trazia não elementos medievais e sim a desventura de cantar ao som da viola e não da lira e da cítara. Mesmo assim percebe-se que, sendo um artista romântico, Porto Alegre ainda se prende aos neoclássicos da última fase com o uso de temáticas associadas ao movimento. Tal condição ocorre pelo fato de abordar tom retórico, verso branco em ritmo prosaico, sintaxe e vocabulário, com poemas naturalistas, descritivos e de exaltação patriótica.


Os textos produzidos eram como uma epopeia, poemas longos, cheios de dados e cenas para melhor descrever e evocar as ações épicas do descobrimento através do poema COLOMBO (1866), o qual Candido chama de “terrível [...] paquiderme de quarenta cantos onde se compendiam os seus muitos defeitos e poucas qualidades”. Candido descreve o texto COLOMBO para melhor explicitar sua opinião, destacando que o texto parece uma mistura das ações de Ivanhoé com Eurico, o que demonstra a leitura dos textos clássicos das literaturas inglesa e portuguesa.

Colombo é, para Candido, um texto que apresenta analogias, sem abordar entretanto o assunto real, dando feições heroicas ao protagonista que não chegam a convencer o leitor, podendo-se dizer que o “poema é exemplo perfeito de vanilóquio”, ou melhor de palavras vazias para celebrar o feito de Colombo quando decidiu fazer suas viagens pelo Mundo Novo e invadir as terras indígenas.


Um comentário:

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Elizabete comentou em 10-04-2015 a leitura de Eldio:

Complementando a excelente e pertinente leitura de Eldio, em relação à opinião de Candido sobre o "vaniloquismo" de Colombo,podemos perceber que o grande recurso utilizado por Porto-Alegre, no referido poema, foi a alegoria, aliada a estreita relação com o romance popular, onde o que vale é o inacreditável, prejudicando assim a clareza pretendida por Porto-Alegre.