Peterson Martins
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de
Paula Peres
Thayane de Araújo
Morais
Valeska Limeira
Azevedo Gomes
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de
Medeiros Jr
Arandi Robson Martins
Câmara
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda
Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria
Álvares dos Santos
Francisco Roberto
Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças
Oliveira
Joana Leopoldina de Melo
Oliveira
Juliana Fernandes
Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra
Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias
Ribeiro
Marcos Falchero
Falleiros
Marcus Vinicius
Mazzari
Maria Aparecida da
Costa
Maria Valeska Rocha da
Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra
Teixeira
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins [07-06-2014]
Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 40: “O decassílabo é o grande,
incomparável metro originado nos Cancioneiros”[...]
até a p. 42: [...]”veremos
estreitar-se este vínculo, patenteando a analogia das concepções”.
Dando continuidade à análise da
construção formal da estética romântica, Antonio Candido faz uma reflexão sobre
o “decassílabo” apontando essa métrica e os padrões rítmicos que a envolvem
como um legado do Sá de Miranda que ao retornar de uma longa estada na Itália
trouxe o “dolce stil nuovo” para as plagas portuguesas (e que iria,
futuramente, repercutir no Brasil). No entanto, esse estilo italiano propagado
com grande intensidade por Dante Alighieri no séc. XIV terá uma raiz profunda
na lírica trovadoresca provençal. (Disso, então, extraímos a mesma conclusão
obtida por Mikhail Bakhtin e Eric Havelock na qual as formas eruditas teriam
uma relação profunda com os gêneros literários pertinentes a uma cultura oral).
Assim, essa predileção alcançará
o seu auge no período romântico, onde os artistas dessa fase irão atingir um
alto grau de musicalidade, assegurando uma continuidade plástica e a própria
preparação para uma evolução poética. Destaque especial para José de Alencar e
sua importante pesquisa, não apenas sobre os mitos e lendas populares, mas,
sobretudo, relacionado ao cancioneiro popular nordestino. Essa tendência,
porém, não encontrou esteio em todos os críticos da época, houve alguns
posicionamentos que condenavam a isorritmia dos versos, tal como apontava o
manual de frei Caneca. Essa prática fará com que os românticos se assemelhem
aos árcades. Como exemplo disso, temos os setissílabos que tanto inspiraram
Bocage e vários poetas brasileiros desse período.
( Como crítica da estética
realista a esse processo do Romantismo, iremos encontrar um trecho na obra de
Machado de Assis (Memórias Póstumas de
Brás Cubas), na qual o poeta romântico Vilaça é descrito de maneira
caricata cujas glosas (ou motes) lhe
favorecem um status social e fama,
embora seus versos sejam medíocres.
Não era um jantar, mas um Te-Deum; foi o
que pouco mais ou menos disse um dos letrados presentes, o Dr. Vilaça, glosador
insigne, que acrescentou aos pratos de casa o acepipe das musas. Lembra-me,
como se fosse ontem, lembra-me de o ver erguer-se, com a sua longa cabeleira de
rabicho, casaca de seda, uma esmeralda no dedo, pedir a meu tio padre que lhe
repetisse o mote, e, repetido o mote, cravar os olhos na testa de uma senhora,
depois tossir, alçar a mão direita, toda fechada, menos o dedo índice, que
apontava para o teto; e, assim posto e composto, devolver o mote glosado. Não
fez uma glosa, mas três; depois jurou aos seus deuses não acabar mais. Pedia um
mote, davam-lho, ele glosava-o prontamente, e logo pedia outro e mais outro; a
tal ponto que uma das senhoras presentes não pôde calar a sua grande admiração.
(ASSIS, 1998) )
Por fim, o trecho analisado dessa
obra célebre de Antonio Candido termina com uma informação-chave que nos brinda
sobre a estética romântica (sobretudo, na poesia): a musicalidade une-se a
estratégias retóricas também na composição lírica (conotação de uma influência
barroquiana). Isso pode ser observado claramente na terceira fase romântica,
onde o tom inflamado dos versos de um Castro Alves será declamado nas praças
durante os discursos pró-abolicionistas (inspiração hugoana).
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