Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de
Paula Peres
Thayane de Araújo
Morais
Valeska Limeira
Azevedo Gomes
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de
Medeiros Jr
Arandi Robson Martins
Câmara
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda
Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria
Álvares dos Santos
Francisco Roberto
Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças
Oliveira
Joana Leopoldina de
Melo Oliveira
Juliana Fernandes
Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra
Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias
Ribeiro
Marcos Falchero
Falleiros
Marcus Vinicius
Mazzari
Maria Aparecida da
Costa
Maria Valeska Rocha da
Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra
Teixeira
Paulo Caldas Neto
[24-05-2014]
Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da p. 33: “A sua função de envolvimento da
inteligência pela melopeia”[...]
até a p. 35: [...]”Teixeira e Sousa,
entremeados aos decassílabos soltos de Os três dias de um noivado”.
Após mostrar a fuga de sua função puramente
declamatória, em pleno século XIX, o apogeu do Romantismo, o poema se deixa
entusiasmar pela efervescência da música italiana. Daí, toda uma adaptação
feita para que o metro, a melodia e o ritmo se encaixassem nas técnicas
musicais, trazendo ao palco das discussões teóricas o uso do verso isorrítmico,
isto é, estrofes de um poema cujos versos possuem a mesma acentuação. Deu-se a
construção da melodia do poema, seguida do reforço de sua regularidade métrica,
graças, nesse enfoque, à música, pois o compositor garantia mais equilíbrio à
alternância de sons. Voltou a ser cultuado o verso chamado novessílabo, que
tinha como última sílaba acentuada a 9ª sílaba, além da 3ª e 6ª.
Depois de Gregório de Matos, o novessílabo ganhou
movimento com o emprego nos ditirambos e nas odes, contudo, perdeu eficácia
para a maioria dos românticos, porque, segundo estes, quebrava a linearidade
dos metros, provocando-lhes a alternância. Assim, pouco apareceu nos escritos
dos classicistas e, principalmente, nos tratados portugueses, só, talvez,
fixando resistência nos poemas espanhóis de Zorrilla e Espronceda, além dos
italianos e do francês Béranger, traduzidos pelos românticos portugueses e
brasileiros, o que assegurou a sua sobrevivência enquanto verso isorrítmico.
Zorrilla passou a escrever também o decassílabo sáfico que é semelhante à
métrica dos versos dos ultrarromânticos brasileiros e portugueses, além da
brincadeira que fez sempre alternando o eneassílabo e o endecassílabo numa
aparência até cômica. Sucesso causou o verso novessílabo, já citado, na poesia
romântica popularesca e na erudita, mas perdeu força logo em seguida, chegando
até a ser usado equivocadamente por românticos tais quais Bernardo Guimarães e
Gonçalves Dias.
Mais destaque teve o verso endecassílabo, com
última acentuação na 11ª sílaba e nas 2ª, 5ª e 8ª restantes, por ter sofrido o
resgate pelos românticos, que lhe atribuíram o galope martelado e inflexível,
dando ao pensamento e à emoção uma melopeia com ar de fugacidade. Como o objetivo
do Romantismo era dar mais embriaguez melódica aos versos, não é de se admirar
que esses foram os mais cultivados. O verso mais natural e menos melódico era o
de 8 sílabas (comumentemente, visto na prosa), seguido, em ordem decrescente,
dos de 6,7,3,2,4,10,11,12 e 9. O endecassílabo e o novessílabo, por serem menos
comuns no texto em prosa, eram mais melódicos e, portanto, mais musicais. Por
consequência, os românticos os tinham como mais poéticos, o que resultou em uma ligação intensa que impôs fulgor à
isorritmia, qual tendência musical. Em Portugal, Alexandre
Herculano e Almeida Garret foram os pioneiros ao lado do drama musical
italiano. No Brasil, constatou-se a presença deles na obra Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães, e a sua
imortalidade em Balatas, de Joaquim
Norberto e em Os três dias de um noivado,
de Teixeira e Souza; este preenchendo-os também com certos decassílabos.
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