sexta-feira, 23 de maio de 2014

Paulo Caldas Neto



Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Arandi Robson Martins Câmara 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra Teixeira



Paulo Caldas Neto [24-05-2014]


Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:

da p. 33: “A sua função de envolvimento da inteligência pela melopeia”[...]
até a p. 35:   [...]”Teixeira e Sousa, entremeados aos decassílabos soltos de Os três dias de um noivado”. 


Após mostrar a fuga de sua função puramente declamatória, em pleno século XIX, o apogeu do Romantismo, o poema se deixa entusiasmar pela efervescência da música italiana. Daí, toda uma adaptação feita para que o metro, a melodia e o ritmo se encaixassem nas técnicas musicais, trazendo ao palco das discussões teóricas o uso do verso isorrítmico, isto é, estrofes de um poema cujos versos possuem a mesma acentuação. Deu-se a construção da melodia do poema, seguida do reforço de sua regularidade métrica, graças, nesse enfoque, à música, pois o compositor garantia mais equilíbrio à alternância de sons. Voltou a ser cultuado o verso chamado novessílabo, que tinha como última sílaba acentuada a 9ª sílaba, além da 3ª e 6ª.


Depois de Gregório de Matos, o novessílabo ganhou movimento com o emprego nos ditirambos e nas odes, contudo, perdeu eficácia para a maioria dos românticos, porque, segundo estes, quebrava a linearidade dos metros, provocando-lhes a alternância. Assim, pouco apareceu nos escritos dos classicistas e, principalmente, nos tratados portugueses, só, talvez, fixando resistência nos poemas espanhóis de Zorrilla e Espronceda, além dos italianos e do francês Béranger, traduzidos pelos românticos portugueses e brasileiros, o que assegurou a sua sobrevivência enquanto verso isorrítmico. Zorrilla passou a escrever também o decassílabo sáfico que é semelhante à métrica dos versos dos ultrarromânticos brasileiros e portugueses, além da brincadeira que fez sempre alternando o eneassílabo e o endecassílabo numa aparência até cômica. Sucesso causou o verso novessílabo, já citado, na poesia romântica popularesca e na erudita, mas perdeu força logo em seguida, chegando até a ser usado equivocadamente por românticos tais quais Bernardo Guimarães e Gonçalves Dias.


Mais destaque teve o verso endecassílabo, com última acentuação na 11ª sílaba e nas 2ª, 5ª e 8ª restantes, por ter sofrido o resgate pelos românticos, que lhe atribuíram o galope martelado e inflexível, dando ao pensamento e à emoção uma melopeia com ar de fugacidade. Como o objetivo do Romantismo era dar mais embriaguez melódica aos versos, não é de se admirar que esses foram os mais cultivados. O verso mais natural e menos melódico era o de 8 sílabas (comumentemente, visto na prosa), seguido, em ordem decrescente, dos de 6,7,3,2,4,10,11,12 e 9. O endecassílabo e o novessílabo, por serem menos comuns no texto em prosa, eram mais melódicos e, portanto, mais musicais. Por consequência, os românticos os tinham como mais poéticos, o que resultou em uma ligação intensa que impôs fulgor à isorritmia, qual tendência musical. Em Portugal, Alexandre Herculano e Almeida Garret foram os pioneiros ao lado do drama musical italiano. No Brasil, constatou-se a presença deles na obra Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães, e a sua imortalidade em Balatas, de Joaquim Norberto e em Os três dias de um noivado, de Teixeira e Souza; este preenchendo-os também com certos decassílabos.







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