Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi
Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra Teixeira
Peterson Martins
Peterson Martins
Rosanne
Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Thayane de Araújo Morais
Terezinha Marta de Paula Peres
Valeska Limeira Azevedo Gomes
Afonso Henrique Fávero
Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva [23-3-2013]
Edição: Martins, 1971:
da
p. 290: “Não espanta, pois, haver produzido em
1814” [...]
até a p.
292: [...] “ Meu peito em ânsias
imita undoso.
(“Cançoneta”) ”
Antonio Candido continua na reflexão sobre a obra de Borges Barros,
analisando o texto produzido em 1814 (A
flor saudade). Candido observa que o texto de Borges de Barros já apresenta
características do “Romantismo brasileiro inicial”. As observações são
evidentes quanto a um momento de transição, de transformação literária, mas dentro
do que Candido chama de “posição extrema do Arcadismo”.
O trecho apresenta versos que ressaltam a saudade, a dualidade entre
alegria e a melancolia:
Vem cá, minha companheira,
Vem, triste e mimosa flor,
Se tens de saudade o nome,
Da saudade eu tenho dor
Recebe este frio beijo,
Beijo da melancolia,
Tem d’amor toda a doçura,
Mas não o ardor d’alegria.
A temática da melancolia, observa Candido, já tinha sido utilizada em
1813 com características árcades. O texto de de Borges de Barros tem uma
sensibilidade poética, como também uma melancolia inspiradora – o que poderia
ter marcado com a mesma visão Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Junqueira
Freire. Candido observa que nos poemas de Borges de Barros “começa a poesia
d’alma, dos vagos movimentos interiores ao devaneio e, sendo própria do
adolescente, vai dar vontade de chorar e morrer a duas gerações de poetas
mortos na flor da idade.”
Poesia de fronteiras, os poemas de Borges de Barros são precursores da
suprema consagração que Garrett daria em termos modernos à temática da saudade
agridoce, do amor terno e cruel . Assim é que em Borges de Barros, por exemplo,
na ode "À Melancolia", define-se "o estado de alma predileto do
poeta romântico”.
Portanto, Antonio Candido destaca na obra de Borges de Barros
“premonições românticas”:
Não me lembres, não, mudem-se, ó Noite
Doces momentos em tristonhas horas,
Em lagrimas os risos
("À Noite")
Meu peito em ânsias
Imita undoso.
("Cançoneta")
O texto de Borges de Barros traz a liberdade de criação e de expressão,
o pessimismo com ênfase na saudade, melancolia, a tristeza, os anseios da vida
em relação à morte. O que será observado nas páginas seguintes com a análise do
poemeto de 1825 - Os túmulos.
2 comentários:
Elizabete comentou em 9-4-2013 a leitura de Eldio de 23-3-2013:
Segundo Candido, já nas odes produzidas por Borges Barros (de 1810 a 1813), "à simplicidade elegante, junta aqui o toque contemplativo, que é o próprio timbre do Romantismo inicial".
Eldio fez comentários bem precisos sobre tais observações de Candido, principalmente as relativas ao poema "A flor da saudade", enfatizando com maestria essa transição para o Romantismo.
O ponto principal a reter é que
com Borges de Barros, dá-se início à "poesia do estado d'alma", nutrida de saudade e de melancolia, retrato da própria vida humana.
Paulo Caldas Neto comentou em 13-5-2013 a leitura de Eldio de 23-3-2013:
Interessante essa visão de Candido sobre Borges de Barros, um poeta pouco conhecido na História da Literatura Brasileira, que, antes dos mais conhecidos por nós, já trazia temáticas como a melancolia, a tristeza e as ânsias do viver em sua obra.
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