segunda-feira, 29 de outubro de 2012


Arandi Robson Martins Câmara 




Bethânia Lima Silva
Cássia de Fátima Matos
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra Teixeira
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr




Arandi Robson Martins Câmara  [20-10-2012]

Edição: Martins, 1971:
da      p. 279:      [2. PRÉ-ROMANTISMO FRANCO-BRASILEIRO]“ O parágrafo anterior
                           descreve um estado de coisas que ainda”[...]
até  a p. 281:       [...]  “que veremos a cada passo na prosa e verso dos nossos românticos.”



 2 – PRÉ-ROMANTISMO FRANCO-BRASILEIRO
Período que corresponde entre a vinda da família real e o Romantismo. Nele, esboça-se um modo de ver a natureza com mais exaltação e maior fidelidade, contando não apenas a emoção por ela causada, como também, o desejo de registrar a percepção elaborada em todo objetos definidos. Nesse sentido, substitui a visão mais abstrata e mentalmente elaborada do Classicismo, esta supõe identificação afetiva muito maior entre sujeito e objeto. Busca-se nesse período as ressonâncias, as harmonias entre natureza e espírito, valorizando o significado dos seus modos de perceber e sentir, a exprimir-se com maior abandono, por meio do que os pré-romantismo e primeiros românticos chamavam de MEDITAÇÃO. Essa meditação dos autores oferece aos leitores uma provocação correspondente ao desnudamento do eu.


Antonio Candido destaca também a influência dos viajantes estrangeiros na formação do Romantismo brasileiro, lembrando que esses homens descreveram a natureza como fonte de emoções, atuando sobre a sensibilidade, que se exaltava ao seu contacto, mostrando aos brasileiros que a sua contemplação pode despertar verdadeiro rejuvenescimento espiritual. Vejamos agora, fragmentos das impressões que Pohl experimentou nas matas do Oeste de Minas para exemplificar e apresentar as características citadas:

“Penetramos imediatamente num corte de selva, cujas grossas árvores, de formas para mim desconhecidas, eram entrelaçadas, em estranhas voltas, por parasitas arbóreas; as quais, da grossura de um braço, frequentemente torcidas, às vezes esburacadas, em maravilhosas grinaldas, tornam a descer de vinte braças de altura para o solo materno, e formavam,  por assim dizer, um tecido impermeável aos raios solares e que, como cordoalha de navio, se movia ao mais leve impulso. Essa imagem agiu poderosamente em meu espírito.  Com temeroso respeito atravessei essa abóboda da selva, o escuro dessa floresta, que, com as figuras indefinidas, me apareceu como um grande segredo da natureza.”

2 comentários:

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Socorro Guterres de Souza comentou em 30-10-2012 a leitura de Arandi, de 20-10-2012:
A abordagem de Arandi, no capítulo correspondente à exposição de Antonio Candido sobre o Pré-Romantismo franco-brasileiro, destaca sobretudo o modo como as manifestações desse período percebem a natureza, engrandecendo-a com maior fidelidade, ressaltando, conforme Candido, “uma emoção que tem muito de ternura e exaltado deslumbramento dos naturalistas do século XVIII, que passou aos românticos”. Assim, a natureza como “fonte de emoções” levaria os brasileiros a um “verdadeiro rejuvenescimento espiritual”, de modo a satisfazer seus anseios, como podem exemplificar as impressões que Pohl experimentou nas matas do Oeste de Minas, adequadamente incluídas no resumo de Arandi.

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Bethânia Lima comentou em 3-11-2012 a leitura de Arandi de 20-10-2012:

O texto produzido por Arandi é a respeito do Pré-romantismo franco-brasileiro e as “características” que podemos perceber nesse período, além das influências que também podem ser observadas – até por se tratar de um período de transição.

O ponto forte para destacar é a natureza e a fidelidade ao retratá-la, assim como a exaltação à harmonia - ao frisar o equilíbrio entre a natureza e o espírito - possibilitando que o indivíduo possa ser permeado pelo mistério... mistério esse que reforça a ideia de atmosfera lírica que ronda o período ao sugerir que a produção está centrada no perceber, sentir e se expressar, promovendo ao leitor um encantamento e envolvimento com a obra artística.