domingo, 11 de novembro de 2012


Bethânia Lima Silva



Cássia de Fátima Matos

Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra Teixeira
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Arandi Robson Martins Câmara 





Bethânia Lima Silva [10-11-2012]


Edição: Martins, 1971:
da     p. 281:      [em meio a: 2. PRÉ-ROMANTISMO FRANCO-BRASILEIRO] “Muito mais
                            importante, porém, é o verdadeiro pré-romantismo”[...]
até a p. 283:      [...] “nossa literatura, dentro de um espírito muito próximo do seu.7”


Nesse trecho do livro, Antonio Candido identifica como importante o período entre 1820 e 1830, considerando-o, inclusive, como “verdadeiro pré-Romantismo franco-brasileiro”. A expressão artística (pintura, escrita...) é conduzida por franceses presentes e encantados com o país.

O destaque para a presença francesa é uma referência à família Taunay, presente na Tijuca (RJ) e composta por artistas que contribuíram para definir a “sensibilidade pré-romântica”, como o próprio Candido comenta. Sensibilidade essa que era alimentada pela beleza, pelo ambiente/paisagem carioca... Sensibilidade essa que inspirava os poemas e quadros dos escritores, pintores e poetas... Sensibilidade retratada nas cascatas, no céu, na vegetação e em tantos outros símbolos naturais.

Os artistas Théodore Taunay e Édouard Corbière foram citados e comentados, devido à produção e identificação de características na época. Théodore Taunay escreveu “Os idílios brasileiros” em latim, e Félix Émile fez a tradução. Os poemas apresentam de forma palaciana D. Pedro I e o Império, a missão de José Bonifácio, as vantagens da vida agreste e o encanto da natureza. Essa abordagem de Théodore pode ter sugerido a importância poética da Independência como tema, e ainda uma moderação para lidar com a tristeza, resultando assim em características da corrente no pré-Romantismo e do Romantismo inicial.

O Édouard Corbière teve os seus poemas considerados como o primeiro livro pré-romântico a tratar do índio brasileiro por certos ângulos: a ideia do selvagem como nobre, independente – que preferia a morte à escravidão, a impotência para se defender do colonizador. Ainda que o poeta tenha abordado os índios com algumas coerências, também podem ser apontadas “arbitrariedades”, tais como, escolha dos nomes para os indígenas e outros deslizes que ficaram marcados pela falta de propriedade e conhecimento para representá-los.  

2 comentários:

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Marcos comenta em 11-11-2012 a leitura de Bethânia de 10-11-2012:

A passagem apresentada por Bethânia surpreende nossa distração costumeira, eivada de ignorância aguda: quando nos damos conta, vemos que ela nos informa aspectos interessantíssimos para estudo e aprofundamento: a Tijuca foi "descoberta" pelo pintor Nicolau Taunay, e a partir daí transformou-se numa "colonia francesa", atraindo outros patrícios para sua exuberante natureza - quem diria, hoje!!! Antonio Candido indica preciosa bibliografia: Visconde de Taunay, "A cidade do ouro e das ruínas" e Afonso d'Estragnolle Taunay,"A missão artística de 1816" - isso dá samba, ou em termos universitários: dissertações ou teses. Além disso, tomamos conhecimento de um indigenismo incipiente, sem cor local, feito de "Ossians franco-tupinambás"!!! É muita coisa que merece esclarecimentos e aprofundamento.

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Valeska Rocha da Silva comentou em 2-12-2012 a leitura de Bethania, de 10-11-2012:

Cheios de entusiasmo pela pátria independente e em formação, a percepção de brasilidade dos pré-românticos franco-brasileiros aparenta a princípio ser diametralmente oposta à literatura de viagem produzida por conterrâneos seus, como François Froger, Le Gentil la Barbinais e François Vivez, entre os séculos XVI e XVIII. Esses autores viajantes deram o povo habitante destas terras – o colono português e seus descendentes brasileiros – como uma malta ciumenta, bizarramente ignorante, promíscua e cruel. Essa mesma literatura de viagem, no entanto, mostrou-se apaixonada pelo espaço natural fértil, cálido, farto. Nesse aspecto, está próxima de Os idílios brasileiros, de Théodore Taunay.



Algumas indagações: terá a declaração de independência conseguido por si só transmutar a natureza do brasileiro aos cultos olhos franceses? Se em Élégies bresiliennes Corbiére investe o indígena brasileiro de nobres qualidades, ainda que extemporâneas – e lhe dá o poder de representar a nova pátria –, teria feito isso não só por questões estéticas, mas também para viabilizar seu modelo de Brasil, desviando-o prudentemente dos pavorosos ex-colonos portugueses e dos brasileiros seus descendentes? Em caso afirmativo, nossos românticos, como homens de seu tempo, estavam condenados a nunca se aperceberem disso?