Bethânia Lima Silva
Cássia de Fátima Matos
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra Teixeira
Peterson Martins
Peterson Martins
Rosanne
Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Valeska Limeira Azevedo Gomes
Afonso Henrique Fávero
Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Bethânia Lima Silva [10-11-2012]
Edição: Martins, 1971:
Edição: Martins, 1971:
da p. 281: [em
meio a: 2. PRÉ-ROMANTISMO FRANCO-BRASILEIRO] “Muito mais
importante,
porém, é o verdadeiro pré-romantismo”[...]
até a p. 283: [...] “nossa
literatura, dentro de um espírito muito próximo do seu.7”
Nesse trecho do livro, Antonio
Candido identifica como importante o período entre 1820 e 1830, considerando-o,
inclusive, como “verdadeiro pré-Romantismo franco-brasileiro”. A expressão
artística (pintura, escrita...) é conduzida por franceses presentes e encantados
com o país.
O destaque para a presença
francesa é uma referência à família Taunay, presente na Tijuca (RJ) e composta
por artistas que contribuíram para definir a “sensibilidade pré-romântica”,
como o próprio Candido comenta. Sensibilidade essa que era alimentada pela
beleza, pelo ambiente/paisagem carioca... Sensibilidade essa que inspirava os
poemas e quadros dos escritores, pintores e poetas... Sensibilidade retratada
nas cascatas, no céu, na vegetação e em tantos outros símbolos naturais.
Os artistas Théodore Taunay e
Édouard Corbière foram citados e comentados, devido à produção e identificação
de características na época. Théodore Taunay escreveu “Os idílios brasileiros”
em latim, e Félix Émile fez a tradução. Os poemas apresentam de forma palaciana
D. Pedro I e o Império, a missão de José Bonifácio, as vantagens da vida
agreste e o encanto da natureza. Essa abordagem de Théodore pode ter sugerido a
importância poética da Independência como tema, e ainda uma moderação para
lidar com a tristeza, resultando assim em características da corrente no
pré-Romantismo e do Romantismo inicial.
O Édouard Corbière teve os seus
poemas considerados como o primeiro livro pré-romântico a tratar do índio
brasileiro por certos ângulos: a ideia do selvagem como nobre, independente –
que preferia a morte à escravidão, a impotência para se defender do
colonizador. Ainda que o poeta tenha abordado os índios com algumas coerências,
também podem ser apontadas “arbitrariedades”, tais como, escolha dos nomes para
os indígenas e outros deslizes que ficaram marcados pela falta de propriedade e
conhecimento para representá-los.
2 comentários:
Marcos comenta em 11-11-2012 a leitura de Bethânia de 10-11-2012:
A passagem apresentada por Bethânia surpreende nossa distração costumeira, eivada de ignorância aguda: quando nos damos conta, vemos que ela nos informa aspectos interessantíssimos para estudo e aprofundamento: a Tijuca foi "descoberta" pelo pintor Nicolau Taunay, e a partir daí transformou-se numa "colonia francesa", atraindo outros patrícios para sua exuberante natureza - quem diria, hoje!!! Antonio Candido indica preciosa bibliografia: Visconde de Taunay, "A cidade do ouro e das ruínas" e Afonso d'Estragnolle Taunay,"A missão artística de 1816" - isso dá samba, ou em termos universitários: dissertações ou teses. Além disso, tomamos conhecimento de um indigenismo incipiente, sem cor local, feito de "Ossians franco-tupinambás"!!! É muita coisa que merece esclarecimentos e aprofundamento.
Valeska Rocha da Silva comentou em 2-12-2012 a leitura de Bethania, de 10-11-2012:
Cheios de entusiasmo pela pátria independente e em formação, a percepção de brasilidade dos pré-românticos franco-brasileiros aparenta a princípio ser diametralmente oposta à literatura de viagem produzida por conterrâneos seus, como François Froger, Le Gentil la Barbinais e François Vivez, entre os séculos XVI e XVIII. Esses autores viajantes deram o povo habitante destas terras – o colono português e seus descendentes brasileiros – como uma malta ciumenta, bizarramente ignorante, promíscua e cruel. Essa mesma literatura de viagem, no entanto, mostrou-se apaixonada pelo espaço natural fértil, cálido, farto. Nesse aspecto, está próxima de Os idílios brasileiros, de Théodore Taunay.
Algumas indagações: terá a declaração de independência conseguido por si só transmutar a natureza do brasileiro aos cultos olhos franceses? Se em Élégies bresiliennes Corbiére investe o indígena brasileiro de nobres qualidades, ainda que extemporâneas – e lhe dá o poder de representar a nova pátria –, teria feito isso não só por questões estéticas, mas também para viabilizar seu modelo de Brasil, desviando-o prudentemente dos pavorosos ex-colonos portugueses e dos brasileiros seus descendentes? Em caso afirmativo, nossos românticos, como homens de seu tempo, estavam condenados a nunca se aperceberem disso?
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