terça-feira, 11 de setembro de 2012


Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Bethânia Lima Silva
Cássia de Fátima Matos
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra Teixeira
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero




Marcos Falchero Falleiros  [8-9-2012]
[substituindo: Andreia Maria Braz da Silva]


 da     p. 271:       [Capítulo VIII – Resquícios e Prenúncios]“1. Poesia a Reboque/ As obras puramente literárias da fase correspondente à atividade dos publicistas”[...]

até a p. 273:      
[...]  “verso da mitologia greco-romana, completando nesse apagar de velas a tarefa dos predecessores.”



Com o título sugestivo de “Poesia a reboque”, que abre o capítulo VIII, também precisamente intitulado “Resquícios e prenúncios”, Antonio Candido retoma a atividade literária dos publicistas, dividindo-a sob resultados opostos: a que trouxe indícios de renovação, e ― objetivo da avaliação que segue ― a que se manteve na rotinização dos neoclássicos decadentes.

A linha da rotinização arcádica pode ser explicada por uma capilaridade contextual de causalidades: falta de especialização devida aos muitos apelos patrióticos de um país rumo à Independência, onde vigora a lei do “bom orador e publicista é mau poeta”, e, efetivamente,  falta de poetas de qualidade, situação agravada pelo fato de que o patriotismo, arraigado à Ilustração da Revolução Francesa e sua idealização retrospectiva de Roma, já vinha de uma tradição rotinizada, à base de odes, cantos, epístolas, ainda que poetas de segunda ordem, como Gonçalves de Magalhães, tenham promovido transformações significativas no período seguinte.

Assim, com poetas tributários de Diniz ou Bocage, em desproveito dos patrícios mais velhos muitas vezes contemporâneos, e colocada a poesia a reboque da política e da convenção arcádica, vicejou até 1832 (no período situado a partir de 1810) um patriotismo retórico, despersonalizado, que, vinculando a ideia de Liberdade ao culto da Razão, da Virtude, das Luzes, sob inspiração latina, recalcava o novo lirismo através de odes abomináveis tão ruins quanto os poemas de Frei Caneca, Odorico Mendes e Gonçalves de Magalhães.

Um aspecto curioso do processo é a atração pela ode pindárica e pela metamorfose que a influência de Antônio Diniz da Cruz e Silva provocou nesse apagar de velas: um Classicismo terminal completava a tarefa de seus predecessores ao alegorizar patrioticamente a natureza ― como Claudio Manuel da Costa fizera com o Itamonte e o ribeirão do Carmo ―  transformando-a em entidades míticas incorporadas à genealogia nobre da mitologia greco-romana.

Um comentário:

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Marcos comenta em 24-9-2012 a leitura de Marcos em 8-9-2012:

O interessante de tudo isso é o vocabulário da época: por exemplo,
publicista:
1 escritor político
2 jornalista ou escritor que escreve sobre política, economia, questões sociais ou jurídicas etc., de interesse do público; articulista
3 Diacronismo: obsoleto.
agente de publicidade
4 Rubrica: termo jurídico.
especialista em direito público

etimologia:fr. publiciste (1748) 'escritor político', (1789) 'jornalista', (1906) 'agente de publicidade.

Na verdade não só o item 3 é, quanto ao diacronismo, um termo obsoleto.
A História das Palavras merece uma tese.