sábado, 22 de outubro de 2011

Lígia Mychelle de Melo


Mácio Alves de Medeiros
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Andreia Maria Braz da Silva
Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Bethânia Lima Silva
Cássia de Fátima Matos
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Laís Rocha de Lima



Lígia Mychelle de Melo [22-10-2011]


Edição: Itatiaia, 2000:
Da p. 221: [início do tópico “A configuração do intelectual”] “Além do sermão, da preleção e do livro, deve-se anotar” [...]

Até a p. 222: [...] “do escritor relativamente acatado no Brasil, mesmo quando as suas obras não eram lidas.

Ainda traçando um panorama do “século das luzes” no Brasil, que corresponde ao início do século XIX, momento do crescimento financeiro e, consequentemente, do desenvolvimento e formação da cultura intelectual e artística no nosso país, Antonio Candido aponta o início do século XIX, também, como o momento em que vigora a maçonaria, multiplicando lojas e inspirando a formação de grupos interessados em difundir o saber e no culto da libertação. Tais grupos contribuíram para desempenhar as funções atribuídas, atualmente, aos grupos partidários, ao jornalismo e às sociedades profissionais. Contribuíram ainda para definir o papel do intelectual brasileiro.


Candido cita o grupo de intelectuais de Pernambuco (“ilustrados pernambucanos”) – pertencente às várias sociedades nomeadas de “complexo de Itambé”, derivado diretamente do Areópago e fundado pelo padre Arruda Câmara em 1801– como o mais característico de difusão e de instrução das ideias liberais. O grupo conhecido como “Academia Suassuna” sucede os “ilustrados pernambucanos”.


Foi nesse momento, para Candido, decisivo, que configurou-se no Brasil uma vida intelectual. O crítico ressalta que “[...] as condições descritas convergem para dar ao escritor de então algumas características que hão de persistir até quase os nossos dias” (2000, p.222).


Fatores como a escassez de livros, a raridade e a dificuldade da instrução e o destaque brusco dado aos intelectuais contribuíram para dar-lhes um relevo inesperado. A esses fatores, Candido acrescenta a tendência associativa que vinculava os intelectuais uns aos outros, fechando-os dentro de um sistema de solidariedade e reconhecimento mútuo das sociedades político-sociais e atribuindo-lhes um tom de exceção; além disso, havia um “fator complementar decisivo”, que era a ignorância do povo e a mediocridade passiva dos públicos disponíveis, o que teve como consequencia o aumento do distanciamento entre a massa e a elite, reforçando a autovalorização desta.

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