sábado, 16 de maio de 2009

Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Aldinida Medeiros Souza
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Carmela Carolina Alves de Carvalho
Cássia de Fátima Matos dos Santos
Edlena da Silva Pinheiro
Edônio Alves Nascimento
Eldio Pinto da Silva
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Kalina Naro Guimarães
Ligia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Orlando Brandão Meza Ucella
Peterson Martins
Renan Marques Liparotti
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano





Valeska Limeira Azevedo Gomes [16-5-2009]


Editora Martins, 1971:
de: p. 97: " Para compreender até que ponto elas contribuíam para enriquecer
a obra"...
até: p. 101: ... " a mescla de Cultismo e naturalidade, nem sempre favorável ao
equilíbrio poético e ao efeito sobre o leitor."


Ainda traçando aspectos da Literatura de Cláudio Manuel da Costa, Antonio Candido refere-se à imagem/ “imaginação da pedra” e à sensibilidade do poeta, que recorrem a “constantes barrocas”. Cláudio Manuel da Costa sentiu também a necessidade de se adequar ao moderno, possibilitada pela mescla entre o natural e o Cultismo.


No tema de Polifemo, mito do amor de ciclope por uma ninfa, o crítico mostra que as antíteses irrompem do drama de Polifemo e Lize, enriquecendo as cantatas (Galatea e Lize) e a Écloga VIII, Polifemo de Cláudio, peça composta de 49 versos, não tendendo, assim, ao prosaísmo, comum em alguns de seus poemas.


O tema, qualificado como essencialmente barroco, é abordado por Marino, Gôngora e Metastasio – o qual “arcadizou o velho mito”, deixando-lhe uma “brutalidade de ópera bufa”. Cláudio inspira-se nesses dois últimos e teve influência do grego Teócrito com seu Idílio XI e das ambivalências que o rodeavam.


Esteticamente colocada entre a cantata Galatea, em que ocorre a descrição do amor de Acis com a ninfa, e a cantata Lize, que marca a frustração causada pelo desajuste amoroso, a Écloga VIII representa o auge na obra. O poeta simpatiza e se compadece do ciclope, contrariamente às versões anteriores.

Depois do desprezo, e conseqüente desespero, o ciclope oferece os bens mais caros à Galatéia em troca do seu amor:


E se não basta o excesso
De amor para abrandar-te,
Quando rebanho vês cobrir o monte,
Tudo, tudo ofereço:
Este branco novilho,
Daquela parda ovelha tenro filho,
De dar-te se contenta
Quem guarda amor, zelos apascenta.


A esse momento Antonio Candido confere afirmação de que: “... o contraste dramático entre o gigante grotesco e a ternura que o anima permitiu a Cláudio um poema comovente, quase trágico. O pobre ciclope apaixonado, largado a soluçar sua paixão desmesurada nas verdes relvas do prado arcádico, entre pastores e pastoras de ópera, produz o efeito de um estampido nessa atmosfera de ‘parnaso obsequioso’ - graças à contensão clássica e à força barroca que o anima”.

Nenhum comentário: