segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Carmela Carolina Alves de Carvalho – 11-10-2008

itens 3 e 4 da Introdução:

[Villa Rica, 9.ed, 2000]
DA p. 29 [item 3. Pressupostos]: "O fato de ser este um livro de história literária..."
A p. 32 [item 4. O terreno e as atitudes críticas]: "... desligada dos interesses fundamentais do homem."

Nessa parte introdutória, Antonio Candido toca num dado importante, o qual perpassa todo o decorrer da sua obra: a questão da literatura encontra-se atrelada à história, porque tendo em vista que a abordagem histórica traz um ponto de vista amplo que abrange as questões sociais, históricas, psicológicas, institucionais, entre outras, a literatura seguida por esse caminho amplia os horizontes de informações contidos em seus textos.
Não obstante, o estudo da literatura concomitantemente com o da história não deve ser entendido no sentido de enquadrar a literatura aos padrões formalistas e estéticos de determinada época, pois assim, tomam-se as formas de uma literatura alheia como parâmetro, subtendendo-se simplesmente a existência de grandes valores estéticos a-históricos. Mas, também, não implica dizer que a literatura deva estar presa, puramente, aos métodos investigativos da história.
A literatura, como ressalta Candido, deve, portanto, apreender cada autor na sua integridade estética, ou seja, as marcas do autor na obra, que não deve ser confundido com a biografia do autor, que é muito mais ampla e superficial no que tange ao aspecto literário. E para que isso ocorra se faz relevante a percepção do caráter histórico do texto, uma vez que a literatura estuda no seu contato com a raiz, com a sua realidade o aspecto social nas vertentes política, econômica, étnica e cultural descritos pela história.

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