Antônio
Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia
Lima Silva
Daniel
de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide
Justino Costa
Eldio
Pinto da Silva
Elizabete
Maria Álvares dos Santos
Érika
Bezerra Cruz de Macedo
Francisco
Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio
de Marchis
Jackeline
Rebouças Oliveira
Joana
Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana
Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina
Naro Guimarães
Kalina
Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís
Rocha de Lima
Lígia
Mychelle de Melo
Manoel
Freire Rodrigues
Marcela
Ribeiro
Marcel
Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos
Falchero Falleiros
Marcus
Vinicius Mazzari
Maria
Aparecida da Costa
Maria do
Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria
Valeska Rocha da Silva
Massimo
Pinna
Paulo
Caldas Neto
Peterson
Martins
Rochele
Kalini
Rosiane
Mariano
Rousiêne
Gonçalves
Terezinha
Marta de Paula Peres
Thayane
de Araújo Morais
Adriana
Vieira de Sena
Afonso
Henrique Fávero
Alynne
Ketllyn da Silva Morais
Antônio
Fernandes de Medeiros Jr [12-11-2016]
Edição: Martins, 1971,
VOL.2:
da p. 142:[PDF p. 456] “Se procurarmos encarar independentemente esses dois eixos, veremos”[...]
até a p. 145 : [PDF +- p. 459] [...] “densidade que veremos nalguns de Alencar, antes que surgisse a galeria de Machado de Assis .”[final do capítulo]
A
sequência final do capítulo ‘O honrado e facundo Joaquim Manuel de Macedo’
reitera a compreensão crítica de Antonio Candido a respeito do valor literário
do autor de A moreninha, incluindo uma modalização para expressar o
entendimento do nexo entre vida e obra: “como criador e como pessoa parece-nos
mediano, sem relevo de qualquer espécie”. Modalização que revela o mérito do
título emprestado ao capítulo dedicado, exclusivamente, ao escritor carioca.
Os termos do título
referidos a Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), de fato, determinam a
importância autoral da obra extensa e diversificada no conjunto da literatura
brasileira que, àquela altura do século XIX, não poderia presumir a grandeza da
presença de Machado de Assis, cuja obra singular em andamento expandiria
bastante, ainda, durante décadas posteriores ao ano de 1882.
“Honrado e facundo”.
Independente da ordem de apresentação dos termos, a percepção global de Antonio
Candido não admite hesitação. Tal perfil humano e literário inibe qualquer
interpretação duvidosa a respeito da reputação que Joaquim Manuel de Macedo
alcançou transmitir aos seus contemporâneos e ecoar aos pósteros. Identificado
o traço de valor humano (registro sempre bem-vindo), a apreciação crítica
flagra e exemplifica por meio de transcrições de trechos, no contexto da obra,
o pendor à narração digressiva, a tendência a descrever costumes miúdos,
hábitos e comportamentos comezinhos, coisa típica de parcela significativa da
população de um Rio de Janeiro no século XIX.
Para Antonio Candido, a
leitura com finalidade crítica da obra de Joaquim Manuel de Macedo passa
inevitável pelo entendimento prévio de prática de criação literária por meio de
expressão eloquente perpassada por valores que buscam obstinadamente o
artificioso apaziguamento social (“reduziu tanto a psicologia à moral, e esta
ao catecismo”), aspecto flagrado como determinante para julgar o conjunto dessa
obra como “exemplar da subliteratura romântica”.
Como demonstrativo de
critérios adotados para avaliar a obra de Joaquim Manuel de Macedo, Antonio
Candido entende examiná-la partindo de dois aspectos, “esteios”: o diálogo
mimético com o “real” e a liberdade para formular a expressão com vistas ao
“poético”. Conclui que da primeira convenção a obra revela a fragilidade de não
alcançar a dimensão crítica do real, limitando-se a descrever “o pequeno
realismo” conciliado “com maior pureza na veia cômica, entremeada por toda a
sua obra”; e percebe que, no segundo ponto de observação, o tratamento de
linguagem com ambições poéticas também apresenta debilidades porque duplamente
limitado: “manifesta-se não apenas na peripécia folhetinesca, mas ainda, no
sentimentalismo por vezes deslavado”.
O tirocínio de Antonio
Candido demonstra, mais ainda, que – registro didático bastante vigoroso – o
valor mediano, intermediário (distinto de medíocre) da obra de Joaquim Manuel
de Macedo decorre da baixa adesão do conjunto da obra às “três acuidades
fundamentais do bom romancista: a sociológica, a psicológica, a estética”.
Entretanto reconhece que existe espaço relevante reservado para o autor na
história da nossa literatura “por glória de haver lançado a ficção brasileira
na senda dos estudos de costumes urbanos, e o mérito de haver procurado
refletir fielmente os da sua cidade”.
‘O honrado e facundo
Joaquim Manuel de Macedo’ é ocasião muito significativa no denso Formação da
Literatura Brasileira para o leitor assimilar determinados procedimentos
críticos e uma diversidade de estratégias, por vezes, necessários utilizar para
discernir peculiaridades de autores e obras, mais ou menos inventivos, sem
perder o crivo da importância histórica e literária que mereçam.
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