sábado, 12 de novembro de 2016






Antônio Fernandes de Medeiros Jr 






Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Alynne Ketllyn da Silva Morais





Antônio Fernandes de Medeiros Jr  [12-11-2016]


Edição: Martins, 1971, VOL.2:

da p.  142:[PDF p. 456] “Se procurarmos encarar independentemente esses dois eixos, veremos”[...] 
                                                                                                                                        até a p. 145 :  [PDF +- p. 459]  [...] “densidade que veremos nalguns de Alencar, antes que surgisse a galeria de Machado de Assis .”[final do capítulo]



A sequência final do capítulo ‘O honrado e facundo Joaquim Manuel de Macedo’ reitera a compreensão crítica de Antonio Candido a respeito do valor literário do autor de A moreninha, incluindo uma modalização para expressar o entendimento do nexo entre vida e obra: “como criador e como pessoa parece-nos mediano, sem relevo de qualquer espécie”. Modalização que revela o mérito do título emprestado ao capítulo dedicado, exclusivamente, ao escritor carioca.

Os termos do título referidos a Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), de fato, determinam a importância autoral da obra extensa e diversificada no conjunto da literatura brasileira que, àquela altura do século XIX, não poderia presumir a grandeza da presença de Machado de Assis, cuja obra singular em andamento expandiria bastante, ainda, durante décadas posteriores ao ano de 1882.

“Honrado e facundo”. Independente da ordem de apresentação dos termos, a percepção global de Antonio Candido não admite hesitação. Tal perfil humano e literário inibe qualquer interpretação duvidosa a respeito da reputação que Joaquim Manuel de Macedo alcançou transmitir aos seus contemporâneos e ecoar aos pósteros. Identificado o traço de valor humano (registro sempre bem-vindo), a apreciação crítica flagra e exemplifica por meio de transcrições de trechos, no contexto da obra, o pendor à narração digressiva, a tendência a descrever costumes miúdos, hábitos e comportamentos comezinhos, coisa típica de parcela significativa da população de um Rio de Janeiro no século XIX.

Para Antonio Candido, a leitura com finalidade crítica da obra de Joaquim Manuel de Macedo passa inevitável pelo entendimento prévio de prática de criação literária por meio de expressão eloquente perpassada por valores que buscam obstinadamente o artificioso apaziguamento social (“reduziu tanto a psicologia à moral, e esta ao catecismo”), aspecto flagrado como determinante para julgar o conjunto dessa obra como “exemplar da subliteratura romântica”.

Como demonstrativo de critérios adotados para avaliar a obra de Joaquim Manuel de Macedo, Antonio Candido entende examiná-la partindo de dois aspectos, “esteios”: o diálogo mimético com o “real” e a liberdade para formular a expressão com vistas ao “poético”. Conclui que da primeira convenção a obra revela a fragilidade de não alcançar a dimensão crítica do real, limitando-se a descrever “o pequeno realismo” conciliado “com maior pureza na veia cômica, entremeada por toda a sua obra”; e percebe que, no segundo ponto de observação, o tratamento de linguagem com ambições poéticas também apresenta debilidades porque duplamente limitado: “manifesta-se não apenas na peripécia folhetinesca, mas ainda, no sentimentalismo por vezes deslavado”.

O tirocínio de Antonio Candido demonstra, mais ainda, que – registro didático bastante vigoroso – o valor mediano, intermediário (distinto de medíocre) da obra de Joaquim Manuel de Macedo decorre da baixa adesão do conjunto da obra às “três acuidades fundamentais do bom romancista: a sociológica, a psicológica, a estética”. Entretanto reconhece que existe espaço relevante reservado para o autor na história da nossa literatura “por glória de haver lançado a ficção brasileira na senda dos estudos de costumes urbanos, e o mérito de haver procurado refletir fielmente os da sua cidade”.

‘O honrado e facundo Joaquim Manuel de Macedo’ é ocasião muito significativa no denso Formação da Literatura Brasileira para o leitor assimilar determinados procedimentos críticos e uma diversidade de estratégias, por vezes, necessários utilizar para discernir peculiaridades de autores e obras, mais ou menos inventivos, sem perder o crivo da importância histórica e literária que mereçam.




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