Maria Valeska Rocha
da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de
Paula Peres
Thayane de Araújo
Morais
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique
Fávero
Alynne Ketllyn da
Silva Morais
Antônio Fernandes de
Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda
Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria
Álvares dos Santos
Érika
Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto
Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças
Oliveira
Joana Leopoldina de
Melo Oliveira
Juliana Fernandes
Ribeiro Dantas
Kalina Naro
Guimarães
Kalina Alessandra
Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de
Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias
Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero
Falleiros
Marcus Vinicius
Mazzari
Maria Aparecida da
Costa
Maria do Perpétuo
Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha
da Silva [07-05-2016]
Edição Ouro sobre Azul, 2012, V. Único.
[...]
até a p. 436: [...]
apreciar o tato com que Alencar manuseava sugestões europeias”.
Antonio Candido
lembra que os romancistas românticos assumiram a tarefa de dar expressão à
realidade social brasileira e à cultura nacional. Mais que uma tarefa, exercer
artisticamente essa consciência era uma missão.
Na composição do
romance romântico brasileiro, em geral, a busca pela reprodução fiel da
realidade da nação através dos temas consagrados, da paisagem característica,
dos tipos brasileiros e de seus costumes deu-se com a força contraditória do
idealismo do romantismo europeu, manifestada em “certas tendências da escola
para o fantástico, o desmesurado, o incoerente, na linguagem e na concepção”.
Essa tensão interna resultou num problema específico de expressão literária,
que ensejou inadequações tanto na vertente indianista quanto na regionalista.
No Indianismo – que
retratava o habitante primitivo do país –, o exercício da fantasia na
constituição literária dos personagens e de sua linguagem não feria o
compromisso do romancista com a fidelidade ao real, dado o grande
distanciamento cultural e linguístico entre as populações indígenas e o homem
da cidade.
O problema da
verossimilhança avivava-se no romance regionalista, centrado no homem rústico,
que era diferenciado do habitante urbano europeizado mas não totalmente dele
apartado. Como diz Candido, “o original estava ao alcance do leitor”. Essa
proximidade concreta tornou o gênero regionalista menos maleável à influência
dos modelos europeus. Num “esforço pessoal de estilização”, o autor do romance
regionalista ora tendia à fantasia na composição, ora retornava ao esforço de
ser fiel a um mundo que podia ser observado não só por ele, mas também pelo
leitor. Ao mesmo tempo em que os frutos dessa oscilação conferiram ao romance
regionalista traços de artificialidade, as dificuldades de sua composição a
transformaram em “um fator decisivo de autonomia literária e, pela quota de
observação que implicava, importante contrapeso realista”.
Candido ressalta,
por fim, que os bons romances românticos “não foram irreais na descrição da
realidade social, mas apenas nas situações narrativas”.
Um comentário:
Quando afirma que foram irreais nas situações narrativas, essa provocação nos atinge em cheio. O que passa a fazer diferença entre os romances românticos e os romances realistas, em contextos históricos que se aproximam, talvez seja o estilo, o esteticismo em si do que necessariamente a temática abordada. O plano estrutural da narrativa de ficção é que sobressai em relação ao plano do conteúdo.
Postar um comentário