sábado, 7 de maio de 2016




Maria Valeska Rocha da Silva





Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Alynne Ketllyn da Silva Morais
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza











Maria Valeska Rocha da Silva  [07-05-2016]


Edição Ouro sobre Azul, 2012, V. Único.

Da p. 434: “O desenvolvimento do romance brasileiros, de Macedo a Jorge Amado”  

                     [...]
até a p. 436: [...] apreciar o tato com que Alencar manuseava sugestões europeias”.



Antonio Candido lembra que os romancistas românticos assumiram a tarefa de dar expressão à realidade social brasileira e à cultura nacional. Mais que uma tarefa, exercer artisticamente essa consciência era uma missão.


Na composição do romance romântico brasileiro, em geral, a busca pela reprodução fiel da realidade da nação através dos temas consagrados, da paisagem característica, dos tipos brasileiros e de seus costumes deu-se com a força contraditória do idealismo do romantismo europeu, manifestada em “certas tendências da escola para o fantástico, o desmesurado, o incoerente, na linguagem e na concepção”. Essa tensão interna resultou num problema específico de expressão literária, que ensejou inadequações tanto na vertente indianista quanto na regionalista.


No Indianismo – que retratava o habitante primitivo do país –, o exercício da fantasia na constituição literária dos personagens e de sua linguagem não feria o compromisso do romancista com a fidelidade ao real, dado o grande distanciamento cultural e linguístico entre as populações indígenas e o homem da cidade.


O problema da verossimilhança avivava-se no romance regionalista, centrado no homem rústico, que era diferenciado do habitante urbano europeizado mas não totalmente dele apartado. Como diz Candido, “o original estava ao alcance do leitor”. Essa proximidade concreta tornou o gênero regionalista menos maleável à influência dos modelos europeus. Num “esforço pessoal de estilização”, o autor do romance regionalista ora tendia à fantasia na composição, ora retornava ao esforço de ser fiel a um mundo que podia ser observado não só por ele, mas também pelo leitor. Ao mesmo tempo em que os frutos dessa oscilação conferiram ao romance regionalista traços de artificialidade, as dificuldades de sua composição a transformaram em “um fator decisivo de autonomia literária e, pela quota de observação que implicava, importante contrapeso realista”.


Candido ressalta, por fim, que os bons romances românticos “não foram irreais na descrição da realidade social, mas apenas nas situações narrativas”. 


Um comentário:

Paulo Caldas Neto disse...

Quando afirma que foram irreais nas situações narrativas, essa provocação nos atinge em cheio. O que passa a fazer diferença entre os romances românticos e os romances realistas, em contextos históricos que se aproximam, talvez seja o estilo, o esteticismo em si do que necessariamente a temática abordada. O plano estrutural da narrativa de ficção é que sobressai em relação ao plano do conteúdo.