Érika
Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto
Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças
Oliveira
Joana Leopoldina de
Melo Oliveira
Juliana Fernandes
Ribeiro Dantas
Kalina Naro
Guimarães
Kalina Alessandra
Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de
Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias
Ribeiro
Marcos Falchero
Falleiros
Marcus Vinicius
Mazzari
Maria Aparecida da
Costa
Maria Valeska Rocha
da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de
Paula Peres
Thayane de Araújo
Morais
Afonso Henrique
Fávero
Antônio Fernandes de
Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda
Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria
Álvares dos Santos
Érika
Bezerra Cruz de Macedo [02-05-2015]
Edição: Martins,
1971, VOL.2:
Edição:Martins,1971,
VOL.2:
da p. 75+-: [PDF-p.
398] “Pertencendo a uma geração literária de maridos virtuosos, já vimos que cantou pudicamente”[...]
até a p. 77+-:
[PDF-p. 399] [...] ”líricas,um longo poema indianista e a
longuíssima epopeia sobre a Independência.“ [ primeiras linhas do
subtítulo Teixeira e Sousa]
Nas páginas
antecedentes, Antonio Candido vale-se de um estilo elegante, ainda que por
vezes eivado de ironias sutis, e de inigualável argúcia e senso crítico para
apresentar sua concepção da literatura como um conjunto de obras no qual a
interação "autor-obra-público" se define e se prolonga pela
"tradição", constituindo um "sistema", em contraste com as
"manifestações literárias" precedentes.
No caso da
literatura brasileira, parece-lhe que a caracterização desse
"sistema" ocorreu entre as academias do século XVIII e Machado de
Assis, razão pela qual a Arcádia e o Romantismo delimitam seus estudos. O
grande mestre da crítica literária afirma ainda que é entre os anos trinta e
setenta do século XIX que o “sistema literário” se consolida, vindo a se consubstanciar
através do movimento desencadeado em Paris pelo grupo liderado por Gonçalves de
Magalhães através da revista Niterói em 1836.
Tributários do
nacionalismo, os intelectuais românticos criam as bases do que seria uma
literatura brasileira. Empenhados na “construção da nação”, assumiram mesmo um
“sentimento de missão” que os levava a “[...] considerar a atividade literária
como parte do esforço de construção do país livre” (CANDIDO, 1971, v. 1, p.
26). Tal empenho conduziu a literatura a priorizar a soberania do tema local,
exaltando a terra e o povo, além de buscar as linhas estéticas e as
preocupações temáticas capazes de expressar a nova realidade da recente
nação.
A esse respeito,
alguns escritores acreditavam que a representação do local passava pela
figura do índio, visto como símbolo maior da brasilidade, ainda que
poeticamente pintado com tons refratados do modelo europeu de cavaleiro
medieval. Já outros adotaram a beleza pátria, a religião e a natureza como
motivos principais de seus cantos.
Tais temas foram
introduzidos no Brasil por poetas esteticamente vacilantes, hesitantes entre a
nova e a velha escola, sem grandes ousadias poéticas e literariamente
medíocres. Segundo Antonio Candido, essa primeira geração é formada por três
estratos de autores: o primeiro representado por Gonçalves de Magalhães,
Manuel de Araújo Porto Alegre e Francisco Salles de Torres Homem; o segundo
apresenta os discípulos mais jovens: Joaquim Norberto, Dutra e Melo, Teixeira
e Souza; e o terceiro é marcado principalmente por Gonçalves Dias, o único a
desvencilhar-se da mediocridade.
Nas páginas
específicas para esta leitura, Candido enfoca justamente o grupo de discípulos,
adjetivados como êmulos, título que por si só sugere a qualidade secundária de
suas obras. O primeiro a figurar dentre os escritores que adotaram
conscientemente a reforma da Niterói, no sentido de assumir o nacionalismo
literário como dever patriótico, é Joaquim Norberto, cuja extensa obra
incorporou de maneira cabal a divisa da revista: “Tudo pelo Brasil, e para o
Brasil”, mas não resultou em nenhum "verso prestável".
Seguidor das
propostas estético-literárias de Magalhães, é apresentado como um marido virtuoso,
que canta pudicamente a esposa em "O Livro de Meus Amores", conferindo-lhe
atributos de “anjo de amor” ou “anjo sagrado”, dentro dos padrões de
idealização romântica da figura feminina. No vasto conjunto da obra de
Norberto, Candido destaca "Flores entre Espinhos", poemas denominados
de "contos poéticos" feitos sob a égide de Lord Byron, mas sem o
talento deste, como o maior pecado estético de Norberto e uma evidência vulgar
do quão canhestra era nossa produção literária.
O autor seguinte é
Dutra e Melo. Poeta de segunda ordem, embora sensível a certos prenúncios de transformação
literária, evidente na verve crítica com que delineia seu artigo sobre "A
Moreninha", manteve-se preso a padrões neoclássicos que sufocam sua
expressão lírica e configuram-no como exemplo de indeterminação estética
similar a de Junqueira Freire.
Por fim, Candido
apresenta-nos Teixeira e Sousa como pior que os outros dois, destacando-o como
um escritor cuja ambição literária é inversamente proporcional ao seu talento.
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