Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra Teixeira
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rosanne Bezerra de
Araujo
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Thayane de Araújo Morais
Terezinha Marta de Paula Peres
Valeska Limeira Azevedo Gomes
Afonso Henrique Fávero
Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro [9-11-2013]
Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p.17: “Mas foi a segunda
modalidade que dominou: religião concebida” [...]
até a p. 19: [...]”monografias
como O Brasil e a Oceânia, do autor dos Timbiras (1852).”
A religião, um dos temas mais
caros aos românticos, possuía duas faces para uma mesma moeda: conquanto
apresentasse nuanças de devoção mostrava-se muito mais como religiosidade. Enquanto
isso a crítica literária afirmava que sem essa religiosidade não existia
literatura, como foi concebida por Schlegel, sobrepujada pela força do pecado.
Macedo Soares falará na religião do belo,
forçosamente confundida com o catolicismo. Para Candido o espiritualismo deixa
sua marca como um pressuposto dessa escola literária.
Outra marca indelével à temática
romântica foi o Indianismo, que teve seu auge de 1840 a 1860, representado na
pena poética de Gonçalves Dias e na prosaica de José de Alencar. Guiando-nos às
origens desse tema dentro do novo movimento literário, Candido nos dirá que
nada mais era do que a busca do
específico brasileiro que surgiu anteriormente entre os neoclássicos Durão,
Basílio, Diniz. A temática inseria o Brasil num cenário de grande apelo mitológico,
tendo o exotismo dos franceses como ponto de partida.
Capistrano de Abreu classificará
essa tendência ao indianismo como partindo do universo popular, arraigada no
folclore, para fazer a ligação entre nativismo e indianismo. Candido, seguindo
por outro caminho, afirmará que essa ligação identitária surge antes em fonte
erudita chegando ao popular apenas o produto disso, o índio como representante
do nativismo. Ilustrará essa afirmação com a utilização do índio como símbolo,
feita por José Bonifácio ao pôr em seu jornal o nome de O Tamoio e também com o nome que D. Pedro utilizava dentro da
sociedade secretada O Apostolado, Guatimozim, referência aos nativos da
América Espanhola, que resistiriam bravamente aos colonizadores.
Tanto interesse no indígena como
símbolo do nativismo brasileiro desembocará em sua quase carnavalização,
tirando do quarto de guardados maracás e cocares e, como zombará João Francisco
Lisboa, cantando, envernizando, amenizando e poetizando os costumes dos
primeiros brasileiros.
É importante lembrar que o
indianismo não se resumia somente a essa referência superficial à maracás e
cocares, mas também encontrava apoio no recém-fundado Instituto Histórico, que
incentivava os estudos etnográficos, como a monografia O Brasil e a Oceânia feita também pelo forte representante do
Indianismo, Gonçalves Dias.
Um comentário:
A religiosidade e o indianismo foram temáticas buscadas pelos autores românticos para a constituição de uma literatura autenticamente brasileira. Hoje percebemos os desvios que ocorreram naquele momento de formação, como a abordagem "europeizada" do índio. Porém, acho sempre digno de nota o empenho dos escritores na tentativa de construção de algo novo: uma literatura brasileira autônoma em relação à literatura portuguesa e à literatura universal.
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
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