segunda-feira, 11 de novembro de 2013


Marcela Ribeiro





Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra Teixeira
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Thayane de Araújo Morais
Terezinha Marta de Paula Peres
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Arandi Robson Martins Câmara 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues

 



Marcela Ribeiro [9-11-2013]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p.17: “Mas foi a segunda modalidade que dominou: religião concebida” [...]
até a p. 19: [...]”monografias como O Brasil e a Oceânia, do autor dos Timbiras (1852).”


A religião, um dos temas mais caros aos românticos, possuía duas faces para uma mesma moeda: conquanto apresentasse nuanças de devoção mostrava-se muito mais como religiosidade. Enquanto isso a crítica literária afirmava que sem essa religiosidade não existia literatura, como foi concebida por Schlegel, sobrepujada pela força do pecado. Macedo Soares falará na religião do belo, forçosamente confundida com o catolicismo. Para Candido o espiritualismo deixa sua marca como um pressuposto dessa escola literária.


Outra marca indelével à temática romântica foi o Indianismo, que teve seu auge de 1840 a 1860, representado na pena poética de Gonçalves Dias e na prosaica de José de Alencar. Guiando-nos às origens desse tema dentro do novo movimento literário, Candido nos dirá que nada mais era do que a busca do específico brasileiro que surgiu anteriormente entre os neoclássicos Durão, Basílio, Diniz. A temática inseria o Brasil num cenário de grande apelo mitológico, tendo o exotismo dos franceses como ponto de partida.


Capistrano de Abreu classificará essa tendência ao indianismo como partindo do universo popular, arraigada no folclore, para fazer a ligação entre nativismo e indianismo. Candido, seguindo por outro caminho, afirmará que essa ligação identitária surge antes em fonte erudita chegando ao popular apenas o produto disso, o índio como representante do nativismo. Ilustrará essa afirmação com a utilização do índio como símbolo, feita por José Bonifácio ao pôr em seu jornal o nome de O Tamoio e também com o nome que D. Pedro utilizava dentro da sociedade secretada O Apostolado, Guatimozim, referência aos nativos da América Espanhola, que resistiriam bravamente aos colonizadores.


Tanto interesse no indígena como símbolo do nativismo brasileiro desembocará em sua quase carnavalização, tirando do quarto de guardados maracás e cocares e, como zombará João Francisco Lisboa, cantando, envernizando, amenizando e poetizando os costumes dos primeiros brasileiros.


É importante lembrar que o indianismo não se resumia somente a essa referência superficial à maracás e cocares, mas também encontrava apoio no recém-fundado Instituto Histórico, que incentivava os estudos etnográficos, como a monografia O Brasil e a Oceânia feita também pelo forte representante do Indianismo, Gonçalves Dias.


Um comentário:

Anônimo disse...

A religiosidade e o indianismo foram temáticas buscadas pelos autores românticos para a constituição de uma literatura autenticamente brasileira. Hoje percebemos os desvios que ocorreram naquele momento de formação, como a abordagem "europeizada" do índio. Porém, acho sempre digno de nota o empenho dos escritores na tentativa de construção de algo novo: uma literatura brasileira autônoma em relação à literatura portuguesa e à literatura universal.

Marcel Lúcio Matias Ribeiro