Edlena
da Silva Pinheiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva Elizabete Maria Álvares dos Santos
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra Teixeira
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Thayane de Araújo Morais
Thayane de Araújo Morais
Terezinha Marta de Paula Peres
Valeska Limeira Azevedo Gomes
Afonso Henrique Fávero
Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro [8-12-2012]
Edição: Martins, 1971:
da p. 285: “A
fórmula novelística é nitidamente inspirada em Chateaubriand”[...]
até a p. 287: [iniciando 3.
O “vago n’alma”] [...] “mais os povos se adiantam na
civilização,
mais aumenta esse estado de vago das paixões’10.”
Neste trecho, Antonio
Candido, tratando do pré-romantismo franco-brasileiro (principalmente entre os anos de 1820 e 1830), destaca os escritores
Daniel Gavet e Philippe Boucher. Como já foi explicado anteriormente, Candido
cita o romance histórico Jakaré-Ouassou ou Les Tupinambas. Esses autores são
influenciados por François-René de Chateaubriand tanto pela forma da construção
literária do romance histórico, como também pela linguagem com que caracterizam
o índio - nostálgica pela cultura destruída e de ode à liberdade. Entretanto, o
crítico destaca que o indígena americano
de Chateubriand é inspirado no herói das
epopeias homéricas, isto é, mais combativo e guerreiro, enquanto o índio brasileiro
da obra dos franceses Gavet e Boucher tem características romantizadas do
paladino medieval, ideia muito próxima a que seria adotada posteriormente pelos
escritores românticos indianistas, de herói idealizado e passivo, como por
exemplo em Iracema e o Guarani.
Candido conclui o
subcapítulo indicando que os escritores citados (Taunay, Courbière, Ferdinand Dias, Gavet e Boucher)
formam um pré-romantismo franco-brasileiro, que, apesar de perspectivas diferentes
sobre o tema local, funcionou como um reconhecimento externo da paisagem local
e valorização europeia do exotismo do “Novo Mundo”.
A parte 3 do capítulo,
“O vago n´alma”, trata do pré-romantismo propriamente brasileiro, fazendo
referência a Domingos Borges de Barros e Frei Francisco de Monte Alverne, que
são os primeiros escritores a manifestarem sentimentos característicos do
movimento. O primeiro foi de pouca influência devido sua discrição e anonimato,
já o segundo marcou decididamente a
primeira geração romântica. A partir de uma nova modalidade de sentimento
religioso começa a delinear-se uma emoção característica do período romântico
- a religiosidade, que tende à
melancolia e à tristeza. Para Chateaubriand esse “vago n´alma” é uma marca das
sociedades mais civilizadas.
2 comentários:
Mona Lisa comentou em 20-12-2012 a leitura de Edlena:
A leitura de Edlena destaca com clareza as observações de Antonio Candido sobre esse período, quando começa a se configurar em nossa literatura uma dimensão mais localista, com a descrição da natureza e de suas singularidades, associadas ao índio como representação de um símbolo nacional, o sentimento religioso como critério e o sentimentalismo como tonalidade. Figuras como Chateaubriand e Ossian influenciaram muito mais esse período de expressão artística do indianismo romântico do que Basílio da Gama e Santa Rita Durão. Essa independência literária foi uma substituição de influências, com a França passando a dividir o lugar até então ocupado predominantemente pelo domínio português. (Igualmente, no didático “Iniciação à Literatura Brasileira”, Humanitas, 1999, p. 38, vejam a observação de Antonio Candido: “Ossian e Chateaubriand marcaram o indianismo mais do que Basílio da Gama ou Durão, enquanto a poesia religiosa e sentimental seguiu os passos de Lamartine. A independência literária foi em parte uma substituição de influências, com a França tomando o lugar da metrópole portuguesa”. Também em “Literatura e sociedade” há referências sobre o assunto logo no item 1 do capítulo “Literatura e cultura de 1900 a 1945”, quando Antonio Candido fala do “Grito imperioso de brancura em mim”, de Mário de Andrade, e do “diálogo com Portugal”, através do qual fomos nos autoafirmando e nos opondo à sua autoridade).
Eide comentou em 28-12-2012 a leitura de Edlena:
A leitura de Edlena é consistente e bastante clara, passando por questões importantes do trecho destacado na obra de Antonio Candido. Desde a influência de Chateaubriand para a construção do pré-romantismo franco-brasileiro, transitando pelas particularidades do índio americano e do índio brasileiro, além de dar ênfase a Domingos Borges de Barros e Frei Francisco de Monte Alverne, a respeito do pré-romantismo brasileiro propriamente dito.
Destaco, ainda, para corroborar a leitura da colega, a questão do mascaramento da antropofagia, no indianismo, citada por Candido, como forma de não sujar com sangue a imagem do índio idealizado, a exemplo de Iracema e de Peri (O Guarani), obras construídas pelo escritor José de Alencar no período romântico.
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