sábado, 14 de maio de 2011

Edlena da Silva Pinheiro



Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Aldinida Medeiros Souza
Andreia Maria Braz da Silva
Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Bethânia Lima Silva
Cássia de Fátima Matos
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro








Edlena da Silva Pinheiro [14-5-2011]



Editora: Martins, 1975
de: p. 202 : "É possível que tais manifestações de ingênuo nativismo e veia popularesca" ...
até: p. 204 : [final do capítulo]... "-- Frei Sampaio, Januário da Cunha Barbosa, Frei Caneca -- a enveredar
pelo discurso e a ação política."



Antonio Candido continua o capítulo explicando que o nativismo popular e ingênuo desenvolve-se principalmente com sentimentos de brasileirismo e aspiração de futuro melhor à pátria. Então, além do envolvimento político da poesia do Padre Silvério, o crítico cita Sousa Caldas, Francisco de São Carlos e José Bonifácio como representantes desse momento de maturação do nativismo.

No trecho do poema As Aves, Noite Filosófica, de Sousa Caldas, a invocação à natureza com reflexão social e científica, o poeta com ousadia lamenta a submissão do Brasil a Portugal, visto como retrógrado e prepotente. Candido sinaliza os versos do poema que foram modificados por Francisco Borja Garção Stockler, testamenteiro literário de Sousa Caldas, para não se comprometer com a Corte Portuguesa. No trecho do poema que o crítico citou, observamos o nativismo mais erudito, dizendo que as Musas poderiam fazer surgir em nossa pátria outro Hipocrene, outro Parnaso senão fossem os grilhões da Metrópole. E continua “ Riquezas mil, que o Lusitano avaro / Ou mal contém ou mal aproveitando, / Esconde com ciúme do mundo inteiro”.

O outro poeta citado por Candido, Francisco de São Carlos, manifesta um nativismo mais próximo ao que se desenvolveu por todo o século XIX, “que exalta belezas e riquezas, já agora ordenadas por província, num sentido de integração, desconhecido ao localismo de Rocha Pita, Itaparica ou Cláudio Manuel” (p. 203), ou seja, um Brasil que começa a se definir como unidade consciente, exemplificado através do poema Assunção, de São Carlos, referindo-se à pátria como: “Mãe de nobres colônias”, “matrona ilustre, grave e anosa”, “prolífica em frutos gloriosa” (...) “ cem filhos dos seus filhos desposados, / Esgalhos de um só tronco derivados”. Celebrando a subida da Virgem Maria aos céus, o poeta enaltece as belezas e riquezas do país por meio da visão do arcanjo Miguel.
Assim, tanto Sousa Caldas quanto São Carlos utilizam a temática religiosa para demonstrar o amor à pátria, o que pode ter influenciado a escrita de outros pregadores, como Frei Sampaio, Januário da Cunha Barbosa e Frei Caneca, bem como suas ativas participações políticas no país.

Um comentário:

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Valeska Limeira comenta em 16-5-2011 a leitura de Edlena:
No texto, Edlena mostrou como Candido apresentou o desenvolvimento do nativismo como elemento constituidor das manifestações literárias em diferentes épocas. Primeiro o nativismo ingênuo, vinculado ao popularesco no século XVII, fundamental para marcar o brasileirismo e a espontaneidade característicos do Romantismo. Depois, o nativismo erudito, presentificado na poesia de Cláudio Manuel, que passa a patriotismo - sentimento este revestido de reflexão social e científica - tendo como principais representantes Padre Silvério, José bonifácio, Sousa caldas e São Carlos. No poema As Aves, Noite Filosófica, de Sousa Caldas, apesar de ter sido censurado, o patriotismo é evidente e reforçado. Já o nativismo de São Carlos será próximo do que se desenvolverá no século XIX, um nativismo centrado em formar uma visão de Brasil como unidade consciente, integrado, que exalta as cidades brasileiras e realça a inconformidade com a política colonial.