sábado, 5 de março de 2011

Arandi Robson Martins Câmara



Bethânia Lima Silva
Carmela Carolina Alves de Carvalho
Cássia de Fátima Matos
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Aldinida Medeiros Souza
Andreia Maria Braz da Silva
Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr




Arandi Robson Martins Câmara [5-3-2011]

Editora Itatiaia, 2000:
De p. 201 [ início do subcapítulo “3. Mau gosto”] “ Lendo a uns e outros, parece-nos aliás que só foram poetas”...

Até p. 202 ...”cujos limites não precisavam extravasar um Claudio Manuel ou um Basílio da Gama.”



Como vimos nos subcapítulos estudados, os escritores da geração anterior representam o ponto máximo da contribuição brasileira ao Arcadismo da literatura comum. Comparados a eles, os que veremos agora marcam acentuado declínio, ou seja, como próprio título do tópico sugere, o Mau Gosto está presente nos poetas deste término de Arcadismo.

Antonio Candido diz que foram poetas porque o verso era veiculado quase obrigatoriamente. O "Mau Gosto" dos poetas era um verdadeiro desvio da sensibilidade. A falta de bom gosto estava presente na escolha das imagens, das palavras e conceitos utilizados nos poemas.

O pesquisador exemplifica tais características, inicialmente, com a obra de José Bonifácio. Segue uma ode do poeta que principia assim:

As nítidas maminhas vacilantes
Da sobre-humana Eulina,
Se com férvidas mãos ousado toco,
Ah! Que me imprimem súbito
Elétrico tremor que o corpo inteiro
Em convulsões me abala!


Nesses versos, tudo é de uma falta de gosto exemplar. Destacamos, a imagem do desejo assimilado ao choque elétrico e a expressão "maminhas", prodígio de vulgaridade que provoca riso na primeira linha e o leva pelas outras a escandir todo o poema.

Outro poeta com características semelhantes é Borges de Barros com seu prosaísmo inoportuno.
Os neologismos são outra ocorrência do mau gosto em que se fundem substantivo e adjetivos, sujeito e complementos. José Bonifácio com dificuldade de transpor ao português os versos densos e sintéticos do grego foi levado a recomendar este processo. Eis alguns exemplos: Olhiamorosa, Docirisonha, Bracirósea.

Candido assinala que na poesia e nos sermões desse tempo grassa, pois, um preciosismo do pior gosto, enfático, vazio, em que o termo raro, a imagem descabida, a construção arrevesada até a obscuridade são apoios duma inspiração pobre, em fase de decadência.

Em seguida, cita Francisco de São Carlos e Natividade Saldanha como pertencentes também do grupo do "Mau Gosto". Esses, incapazes de criar com elementos normais da língua, utilizavam-se de palavras complicadas. Seguem alguns exemplos: ao invés de escrever “o peixe”, preferia “aqüícola”, “os romeiros devotos”, “Romípetas”, “os doutores da Igreja”, “pulcos celicultores”, entre outros.

Por fim, Antonio Candido afirma que os poetas Claudio Manuel e Basílio da Gama não precisaram utilizar desses elementos de mau gosto.

2 comentários:

Anônimo disse...

O resumo elaborado por Arandi apresenta, com clareza, os pontos iniciais do capítulo Mau Gosto, até aqui estudado.
Explicitando a “fraca” produção literária de alguns árcades, Antonio Candido relata algumas das características que obviamente estão presentes no trabalho de autores como: José Bonifácio, Francisco de São Carlos e Natividade Saldanha; reforçando assim o “mau gosto” literário.
Os neologismos, a falta de sensibilidade poética e as pobres construções/associações vocabulares são algumas das indicações da falta de bom gosto dos poetas do período final do arcadismo.
Bethânia

Anônimo disse...
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