domingo, 12 de abril de 2009

Rochele Kalini [11-4-2009]


Editora Martins, 1971:
De: p. 85: "Dessa revoada de maus poetas e letrados pedantes,
convém"...
Até: p. 88: ..."Aqui sobre esta penha, onde murmura
A onda mais quebrada..."
(Ecl. IV)


Cap. 3
Sousa Nunes e autonomia intelectual


Dentre “maus poetas e letrados pedantes”, Candido destaca Feliciano Joaquim de Sousa Nunes que, por volta dos vinte e um anos, escreveu sua única obra intitulada Discursos Político-Morais revelando claramente a sua contribuição ao progresso intelectual do país.


O primeiro volume de sua obra traz uma retórica erudita e moralista, banhada por um convencionalismo monótono agregado a um estilo lingüístico correto. Dois dos seus discursos, segundo Candido, o resgatam da mesmice e revelam uma visão ampla do escritor no que diz respeito à igualdade feminina e o combate ao patriarcalismo.


Sousa Nunes foi um autoditada que possuía um respeito pela instrução e os livros e uma confiança na própria capacidade de auto-instruir-se. Nesse ponto, o escritor divergia com o sentimento de inferioridade dos brasileiros, ceifada por uma pobreza intelectual, que privilegiava intelectuais que possuíssem prestígio perante a sociedade. Na obra desse escritor carioca fica expressa a posição do intelectual no país e o desejo de mostrar o valor do escritor brasileiro. Essa nova posição traz consequência para a mentalidade da época e terá repercussão na obra de Cláudio Manuel da Costa.


Cap. 4

No limiar do novo Estilo: Cláudio Manuel da Costa

A terra sob o tópico


O poeta mineiro, dentre os neoclássicos, é a representação da nova mentalidade, que tenta se desvencilhar da influência européia, buscando valorizar a terra onde nasceu. Mesmo nessa tentativa de procurar novas referências, Claudio Manuel se vê arraigado, ainda, pelas referências externas. Segundo Candido, a presença do vocábulo rocha em alguns de seus poemas reflete o anseio do poeta em buscar um novo alicerce para sua poesia.

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