Daniel
de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena
da Silva Pinheiro
Eide
Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Francisco
Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio
de Marchis
Jackeline
Rebouças Oliveira
Joana
Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana
Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina
Naro Guimarães
Kalina
Paiva
Laís
Rocha de Lima
Lígia
Mychelle de Melo
Mácio
Alves de Medeiros
Manoel
Freire Rodrigues
Marcela
Ribeiro
Marcel
Lúcio Matias Ribeiro
Marcos
Falchero Falleiros
Marcus
Vinicius Mazzari
Maria
Valeska Rocha da Silva
Massimo
Pinna
Mona
Lisa Bezerra Teixeira
Peterson Martins
Peterson Martins
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane
Mariano
Terezinha
Marta de Paula Peres
Valeska
Limeira Azevedo Gomes
Afonso
Henrique Fávero
Andrey
Pereira de Oliveira
Antônio
Fernandes de Medeiros Jr
Arandi
Robson Martins Câmara
Bethânia
Lima Silva
Daniel
de Hollanda Cavalcanti Piñeiro [24-11-2012]
Edição:
Itatiaia, 2000.
da
p. 262: [Ferdinand Denis] “A exploração da natureza
brasileira como fonte de novas emoções[...]”,
até a p. 264: “[...] põem à prova a amizade daquele guerreiro por
seu amigo Jacaré.”
Neste trecho, recorte do subcapítulo “Pré-romantismo
franco-brasileiro”, Antonio Candido continua a analisar as contribuições de
escritores que participaram da criação de uma “nova sensibilidade” que se
desenvolveria no Romantismo como fator marcante do período. Para tanto, observa
as obras de Ferdinand Denis e a de Daniel Gavet e Philippe Boucher, três
autores estrangeiros.
Candido, aliás, apresenta Denis não como um dos escritores que
merecem mero registro em sua obra, mas como figura importante para a criação de
nosso espírito romântico, sendo um dos primeiros a explorar a natureza local e
transformar os temas brasileiros em matéria literária. O crítico destaca,
apoiado em observações anteriores de outros autores, que a obra de Ferdinand
Denis, Cenas da Natureza nos Trópicos, seria “um marco na formação de
nosso romantismo”, o que depois ficará mais claro quando tal escritor for
avaliado ao lado de Garret. Temos, portanto, um de nossos primeiros contatos
com um dos “fundadores” da forma literária que tomou nosso Romantismo.
Em tal livro, segundo Antonio Candido, “[...]encontra-se pela
primeira vez um tratamento sistemático das impressões despertadas pela natureza
do Brasil. Com o intuito puramente literário.” – e são visíveis contatos com
Alexandre von Humboldt e Chateaubriand. Como o crítico considera, sob a
particular influência desde último escritor, é de Denis a “primeira tentativa de ficção indianista”, e que teria lugar na
“periferia” de nossa literatura. Vale ainda destacar que o autor estrangeiro
teria “intuído” o desenvolvimento da literatura de língua portuguesa.
Quanto a Gavet e Boucher, devido à tradução para o Francês de Marília
de Dirceu e Caramuru, teriam criado o primeiro romance indianista, Jakaré-Ouassou
ou Les Tupinambas, que, embora seja considerado “medíocre” por Candido, já
delineia as características desse gênero.
Tal romance teria retirado sua matéria de um episódio sem grande
destaque em Caramuru, o conflito histórico entre os índios tupinambás e
o donatário da Bahia, e aproveitado um dos estudos de Ferdinand Denis sobre a
literatura brasileira. Também é nele que aparecem sistematicamente os relatos
dos cronistas franceses do período entre os séculos XVI e XVII, fato inaugural
em nossa tradição literária.