tag:blogger.com,1999:blog-809198637125105106.post8237955758201150575..comments2022-04-07T01:13:14.156-07:00Comments on Formação da Literatura Brasileira: Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileirahttp://www.blogger.com/profile/17872644928804165429noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-809198637125105106.post-26314824431669404092010-09-09T20:02:18.056-07:002010-09-09T20:02:18.056-07:00Rosiane Mariano comenta em 8-9-2010:
O comentário,...Rosiane Mariano comenta em 8-9-2010:<br />O comentário, a seguir, é sobre o estilo neocamoniano de Caramuru, destacado por Rosanne da análise de Candido. <br />O enfoque inteiramente cristão que Santa Rita Durão, na condição de religioso, ressalta em Caramuru, é a marca que o diferencia do poema de Camões. Com efeito, o poeta mineiro assegura muito mais sua visão religiosa do que a razão pela qual diz ter escrito Caramuru: “o amor à pátria”. <br />Na estrofe 18, transcrita a seguir, os costumes indígenas, inclusive, que se assemelham à mitologia pagã, são repudiados pela ótica cristã:<br /><br /> <br />Que horror da humanidade! ver tragada <br />Da própria espécie a carne já corruta! <br />Quando não deve a Europa abençoada <br />A fé do Redentor, que humilde escuta! <br />Não era aquela infâmia praticada <br />Só dessa gente miseranda e bruta: <br />Roma e Cartago o sabe no noturno <br />Horrível sacrifício de Saturno. (4)* <br /> <br />[DURÃO, José de Santa Rita. Caramuru, Lisboa: Imprensa Nacional, 1836, p. 17.] <br />Já, em Os Lusíadas, a recorrência à mitologia pagã, no canto nono, a partir da estrofe 20, representa, alegoricamente, a recompensa pelas lutas dos navegantes, no momento em que os nautas param para descansar. A exaltação da cultura pagã dá-se através da figura que os nautas avistam “lá no meio / Das águas algũa ínsula divina / Ornada de esmaltado e verde arreio”: <br /><br /><br />Algum repouso enfim, com que pudesse<br />Refocilar a lassa humanidade<br />Dos navegantes seus, como interesse<br />Do trabalho que encurta a breve idade.<br />Parece-lhe razão que conta desse<br />A seu filho, por cuja potestade<br />Os Deuses faz descer ao vil terreno<br />E os humanos subir ao Céu sereno.<br /><br />Isto bem resolvido, determina<br />De ter-lhe aparelhada, lá no meio<br />Das águas algũa ínsula divina,<br />Ornada de esmaltado e verde arreio,<br />Que muitas tem no reino que confina<br />Da mãe primeira co’o terreno seio,<br />Afora as que possui soberanas<br />Para dentro das Portas Herculanas.<br /><br />Ali quer que as aquáticas donzelas<br />Esperem os fortíssimos barões<br />¬- Todas as que têm título de belas,<br />Glória dos olhos, dor dos corações – <br />Com danças e coreias, porque nelas<br />Influirá secretas afeições,<br />Para com mais vontade trabalharem<br />De contentar a quem se afeiçoare¬m. <br />[CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 320] <br /><br />*Em nota, no final do “Canto I”, Durão explica o último verso: “Saturno. Os antigos italianos foram, como se colige de Homero, antropófagos; tais eram os Lestrigões e os Liparitanos. Os Fenícios e os Cartagineses usaram de vítimas humanas, e Roma própria nos seus maiores apertos. São espécies vulgares na história” (p. 42, nota 4). In: http://books.google.com.br/books?id=V9wFAAAAQAAJ&printsec=frontcover&dq=caramuru&hl=pt-BR&ei=e36HTJPXJIH-8AbT_pzzAQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCoQ6AEwAA#v=onepage&q=caramuru&f=falseBase de Pesquisa Formação da Literatura Brasileirahttps://www.blogger.com/profile/17872644928804165429noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-809198637125105106.post-58921362900382403492010-08-29T14:11:40.473-07:002010-08-29T14:11:40.473-07:00Lígia Mychelle de Melo
comentou em 29-8-2010:
O ...Lígia Mychelle de Melo <br />comentou em 29-8-2010:<br /><br />O que Candido quer enfatizar em relação a Santa Rita Durão é que, apesar de ele ser um desses casos de “sobrevivência e retrocesso”, ou seja, deslocado de uma determinada escola literária, uma vez que não “se nota em seus versos qualquer influência estilística dos árcades” (2000: p.170), a obra de Durão é significativa e, portanto, não passa despercebida, ao contrário, se destaca justamente pelo estilo épico, neocamoniano, à parte do Arcadismo, é verdade, porém enquadrando-se no contexto de nossa literatura luso-brasileira, representando um caso singular “de tradição inserida em idéias modernas e de idéias modernas vincadas pela tradição” (2000:p.170).Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileirahttps://www.blogger.com/profile/17872644928804165429noreply@blogger.com